Sunday, August 19, 2007

Um dia desses...

Na quinta-feira passada eu estava no ônibus chegando ao ponto perto da Molduraria Rio Vermelho e vi você... lindo como sempre, vestindo a mesma camisa que usou em seu aniversário... te confesso que fiquei tão...tão... não seio o quê, que nem consegui descer no ponto... era um misto de vontade de descer e te tocar com o medo de seu repúdio... Sinto tanto sua falta... queria tanto te ver de novo... Acredito que será pra sempre assim. Eu te vendo passar sem deixar que você me note e essa saudade me corroendo até o findar dos tempos...




Ainda te amo, viu? Mas vivo na esperança de ver esse amor passar.... Quem sabe me curar de você...


Soneto da separação


De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.


De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama.



De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente.


Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente.


Vinícius de Moraes

Sunday, August 05, 2007

Tudo me lembra você mesmo quando eu não quero lembrar!










Aconteceu uma coisa engraçada logo na minha primeira aula na faculdade de direito.

Estava eu lá, bem empolgada com todas as novidades quando aparece um determinado professor. Na verdade não percebi nada de demais quando aquele senhor de estatura mediana e cabelos grisalhos começou a lecionar para a minha turma. Mas, com o decorrer da aula, confesso que levei um susto ao perceber a semelhança incrível que há entre você e aquele senhor.

Fiquei um tanto quanto assustada mas, a medida que o olhava e via as semelhanças físicas entre vocês, o susto deu lugar a uma vontade incontrolável de chorar ou sei lá o que...

Eram seus olhos pequenos de formato elíptico e de um castanho incomum que me observavam. Era o seu rosto com um tom mais moreno e um tanto mais envelhecido. As linhas de expressões que você tem ao franzir a testa e entre os olhos (certamente futuras rugas) além das linhas que decorrem de suas faces. A barba sem falhas e bem feita que descem a face acompanhando o maxilar unindo-se ao calvanhaque, diferenciando um do outro apenas o tingir acizentado que a idade proporciona. Eram suas mãos pequenas de dedos curtos e unhas bem desenhadas que expunham a aula. Os cílios, a maneira de olhar e o gesticular das mãos, tudo era seu... Só o tom da pele e o cabelo (o seu é castanho e o dele é negro com frisos grisalhos).

Comecei a perceber que eu seria capaz de te amar por toda a vida e o quanto seria adorável envelhecer ao seu lado...
Um surto de triste certeza da improbabilidade me corrói sempre que assisto essas aulas...
É uma pena. Sei que ao seu lado a felicidade seria de certo fatídica. Mas sei que a mágoa que você tem de mim (e sei que mesmo sem ter sido algo proposital esta mágoa tem fundamento) me impedirá para sempre de compartilhar sua companhia, sua amizade ou o seu amor... nada mais posso fazer além de te amar a distância e desejar com profunda sinceridade sua felicidade inda que longe de mim.
Te amo... para todo o sempre!


Na Sua Estante
Composição: Pitty


Te vejo errando e isso não é pecado
Exceto quando faz outra pessoa sangrar
Te vejo sonhando e isso dá medo
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar ao menos mande notícia
Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar
Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante
Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam
E essa abstinência uma hora vai passar...