Tuesday, January 09, 2007

Fuga






Estou pensando seriamente em não te ver por um tempo. Entenda por favor, que essa situação fugiu do meu controle... era pra ser algo casual e agora eu sinto que estou me envolvendo cada vez mais.
Durante todos esses anos criei uma muralha e por trás dela escondi meu coração. Deixei ele inascessível para não sofrer mais. Só que eu não previ a sua aparição. Não imaginei que eu fosse te encontrar. Lembro da primeira vez que te vi... Eu perdi meus olhos dentro dos seus e pela primeira vez eu quiz alguém. Os amores que passaram por minha vida simplesmente aconteceram, mas você eu desejei eu quiz de verdade.
Estou tão sensível, tão vulnerável... Nunca quiz me apaixonar por você mas no momento em que ficamos eu sabia que isso podia acontecer... Eu tentei acreditar que eu era capaz de controlar meu coração e corri de você o mais que eu pude. Mas você foi me conquistando devagar e tirando aos poucos tijolo por tijolo de minha muralha e agora? Agora não sei...
Percebi que tudo em você me envolvia, me encantava. Sinto um leve desespero me tomando por que eu tenho a certeza de que vou sofrer, vou chorar, vou me machucar de novo. Desde o começo eu sabia que você seria nuvem e acho de verdade que eu poderia te fazer feliz. Mas o maldito lado racional me lembra que o seu tempo talvez seja outro. Ainda acho que você seria perfeito se eu te conhecesse daqui a uns 6 meses. Talvez estivessemos bem e preparados...
Que droga!!! Eu já vi esse filme e chorei quando as luzes acenderam...

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Vinícius de Moraes

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